Brasil: Uma biografia - Capítulo 6

homens à vista: uma corte ao mar

olá pessoal, como estamos?

por aqui, a leitura deu uma atrasada. confesso que chegamos a um trecho de nossa história que me traz certos incomôdos (não vou com a cara da família real brasileira), e aí dei uma bela enrolada para me aprofundar em nosso sexto capítulo.

por outro lado, cumprimos com essa newsletter 1/3 da nossa leitura total! yay! agora só faltam mais 12 capítulos... tão pensando que é fácil a empreitada de biografar o Brasil?

pois bem, vamos ao que interessa.

e vocês já sabem, qualquer dúvida ou comentário, podem me deixar um recadinho :)

homens à vista: uma corte ao mar

começamos o sexto capítulo com um baita contexto das transformações que marcaram o século 18. para entender o que viria a acontecer no Brasil, primeiramente, é preciso ter um panorama de como andava o mundo, principalmente a Europa.

foi nesse período que acontecia a independência das colônias americanas da grã-bretanha; também ocorria a revolução industrial; tivemos a revolução francesa e a guilhotina das monarquias; sem falar na revolução haitiana e a abolição da escravidão.

todo esse caldo também influenciava no ambiente da corte portuguesa que, outrora opulenta, se via frente a frente com a agitação dos espíritos. Portugal vivia um jogo de tabuleiro com a França, a Inglaterra e a Espanha. tudo estava em risco: o império colonial, a própria Coroa e as relações e alianças comerciais.

em meio a convulsão europeia, aliados próximo a d. João sugeriram uma velha saída: embarcar os familiares, os pertences e os tesouros em navios. de início, não foi uma ideia bem aceita pelo rei, mas após um ultimato de Napoleão e o fim da ilusória política de neutralidade, a família real embarcou para o Brasil.

o desafio era imenso: transladar para o outro lado do oceano não só os familiares, mas as instituições e todos os símbolos que sustentavam e davam sobrevivência ao governo monárquico. uma série de reuniões se deu para organizar a mudança e outros arranjos políticos internos de Lisboa. em 25 de novembro de 1807 era chegada a hora de colocar o plano em execução.

ao longo das páginas, as autoras trazem detalhes sobre as descrições do embarque de d. João, assim como explicam quais foram as estratégias para transportar o funcionalismo de Portugal para o Brasil. ao todo, cerca de 15 mil pessoas embarcaram na esquadra real.

enquanto isso, os que ficaram em solos portugueses precisaram lidar com outro destino: a iminência de uma invasão militar por parte de generais franceses, agentes de Napoleão. não durou muito, contudo. em junho de 1808, houve uma insurreição no Porto contra os franceses e a população fez uso de tudo: de facas aos gritos, colocaram os inimigos para correr.

também não são poucas as mitologias no entorno dessa época, pois a sociedade lusitana andava dilacerada pelas guerras, sob domínio estrangeiro e sem a presença da corte.

nesse terreno político arenoso, surgiram diversos elementos que buscavam dar conta dessa sensação de abandono e resistência, sobretudo, a religião. os franceses eram vistos como os "mouros infieis" das Cruzadas, e desse embate de modelos mentais, a monarquia portuguesa saía fortalecida, ainda que estivessem a quilômetros de distância de seu povo.

a saída do rei deixou um grave vazio, e sua ausência foi preenchida com esperanças e o mito sebastianista de um salvador que iria redimir o reino. e foi dessa maneira que Portugal entrou nas trilhas da modernidade. enquanto isso, após 54 dias no mar, d. João e sua comitiva aportavam em Salvador. um império, agora, seria regido por sua colônia. as coisas estavam mesmo pelo avesso, mas isso são cenas dos próximos capítulos...

Links que você também pode gostar:

• um textinho cheio de ironias sobre os perrengues da fuga da família real portuguesa para o brasil

até a próxima semana!

💋bia