olá pessoal,
como andam as leituras? por aqui, tenho me dedicado a diferentes narrativas e sigo com o projeto de terminar Brasil: Uma Biografia, espero que vocês não tenham me deixado sozinha nessa, ein?
mas antes de irmos ao capítulo de hoje, venho com um disclaimer.
de tempos em tempos, ando pensando em como continuar produzindo conteúdo que seja de relevância não somente porque eu gosto de pesquisar & destrinchar & refletir, mas porque entendendo que esse é o meu ofício primordial como jornalista.
essa newsletter nasceu como projeto pessoal, e seguirá sendo, mas há diversas maneiras de apoiá-la para que o projeto continue existindo.
a primeira, e mais importante, sempre será respondendo aos meus textos nessa caixinha de comentários ou pelo o meu instagram - é pela troca, afinal, que me proponho a estar presente.
a segunda, e também muito relevante, é convidar os amigos, os tios e os papagaios interessados em literatura para assiná-la (tenho planos mirabolantes de estender o conteúdo trazido aqui, mas conto mais em breve, pois ainda estamos em fase beta de um projeto para o #lendojunto2.0. já adianto que estou A-N-I-M-A-D-A!)
a terceira, e mais material, é acessar o meu link patrocinado para realizar compras na Amazon. a partir de hoje, todos os livros que eu comentar ou indicar por aqui vão estar linkados a um código do #lendojunto. caso você decida comprar o livro, ou qualquer outro produto na Amazon por meio do meu link, eu vou receber uma porcentagem dessa compra.
é um valor pequeno, bem pequenininho mesmo, mas que ajuda na hora de pagar os boletos dos livros que vivo comprando para depois comentar com vocês. :)
é isso! agradeço demais pelo apoio e pelas conversas.
e vamos ao que interessa.
como acompanhamos nos últimos capítulos, a indepêndencia do Brasil de Portugal foi menos uma emancipação do que uma espécie de acordo conveniente em que se sucedeu uma saída mais conservadora para tal processo. mas é como diz o ditado: é o que temos para hoje.
a seguir, acompanharemos mais de perto como foi a experiência que levou a subida antecipada de d. Pedro ao trono brasileiro (afinal, independentes, sim, porém continuamos colados com a monarquia).
a verdade é que o “pequeno príncipe”, mantido no Paço e distante de toda a confusão política & rebeliões regenciais, pouco sabia como se posicionar diante de tantas urgências no país.
mas antes mesmo de sua subida ao trono, começou-se a forjar a imagem do imperador que o acompanharia até o seu túmulo: um homem cauteloso, de poucas palavras, a representação de um rei “acima da política” e que iria redimir toda a nação (e vocês aí, achando que a ~nova política~ de hoje é, sim, uma novidade, rs).
mas diga-se o que quiser, o segundo rei que o Brasil conheceu foi o mais popular e duradouro. era reconhecido por sua cultura e inteligência, por seus conhecimentos de línguas e filosofia, mas, sobretudo, por ser o extremo oposto do seu pai.
no capítulo 11, as autoras se dedicam a trazer detalhes não só da personalidade do segundo reinado, mas também a investigar todas as características da construção do “show time”, aka, um espetáculo digno de grandes reis que foi direcionado a sagração d. Pedro II.
do ponto de vista macro, o período específico entre 1841 e 1864 foi importante porque consolidou a monarquia no Brasil ao controlar as rebeliões regenciais.
ainda, o imperador lidou com transformações importantes no trato do comércio de escravos por aqui. nesta fase, aumentaram-se as apreensões de navios negreiros até que em 1850 o comércio se tornou insustentável diante da pressão inglesa.
internamente, apesar de compactuar com o tráfico, o Império sabia que precisava interditá-lo para afirmar a sua autonomia política. ainda, a manutenção do regime colocava o Brasil entre as “nações bárbaras”, imagem oposta ao quadro de nação civilizada que o império se dedicava a montar.
para se ter noção, em números, entre 1841 e 1850 o Brasil recebia 83% do total de africanos traficados para a América, 12% ia para Cuba e o restante se dividia entre Porto Rico e Estados Unidos.
>> aqui, um parênteses, estou lendo “A Cabana do Pai Tomás”, um livro escrito em 1852 e que foi um fênomeno literário por se tornar a voz e o marco do movimento abolicionista nos Estados Unidos. impossível não comparar com a nossa situação por aqui. <<
foi então assinada a Lei Eusébio de Queirós, proibindo e criminalizando a entrada de escravos africanos no Brasil, e a partir daí começou-se a trazer trabalhadores europeus e orientais para compor a mão de obra das plantações de café. esse modelo, contudo, também trouxe muitas controvérsias, pois apesar de serem homens livres, acabou por criar a escravidão por dívida, uma vez que os trabalhadores precisavam pagar todos os gastos prévios feitos pelos fazendeiros (viagem, moradia, terra, instrumentos).
Uma monarquia tropical
já dizia o dito popular, ninguém resiste ao charme da realeza.
de fato, o século XIX foi conhecido como a “era dos nacionalismos”. foi o período em que elegemos as nossas representações simbólicas oficiais, como hinos e bandeiras, e também as identificações mais pitorescas, como os costumes, a culinária e até os animais mais emblemáticos. tudo isso sob o véu do romantismo, que previa justamente a exaltação do que havia de mais particular em cada nação.
o romantismo brasileiro, porém, teve característivas bem singulares. como tudo no Brasil, é díficil procurar homogeneidades em uma nação de proporções continentais, e o romantismo se ateve a regiões bastante concentradas. se em outros estados o romantismo teve um cárater mais contestador, por aqui, ele ganhou ares palacianos e foi financiado pela própria monarquia.
o movimento permitiu afirmar as nossas particularidades, ainda que por meio da natureza tropical, numa época marcada pelo indigenismo de fundo romântico. também foi colocada como meta a construção de uma intelectualidade local, apartada da metrópole, e para isso formou-se o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IGHB).
mas foi na literatura (sempre ela!) que o nosso nacionalismo ganhou mais visibilidade. data dessa época a publicação de Iracema, de José de Alencar, que não só trazia os temas e as paisagens tão caras ao romantismo, mas também revolucionou a linguagem que até então se aplicava no Brasil.
Links que você também pode gostar:
a lei eusébio de queiros, em detalhes;
esse especial sobre a monarquia tropical;
e o
link
para o livro “A Cabana do Pai Tomás”;
até a próxima newsletter!
💋bia
não vejo a hora de começar a usar o seu link patrocinado pras compras na amazon. muito chique! vida longa ao #lendojunto <3